Oba! Hoje é dia de mais uma Disney Friday aqui no Dani Que Disse! Como eu contei para vocês lá no primeiro post, em duas sextas-feiras de cada mês (mais ou menos rs), eu trarei um especial recheado de informações, curiosidades e minha opinião a respeito de um dos clássicos Disney.

É também nesse mesmo post que você poderá baixar uma checklist incrível para marcar todos os filmes Disney assistidos.

E hoje é dia de falar de um filme que marcou minha infância mais do que me lembrava: A Bela Adormecida!

UM POUCO DE HISTÓRIA E ALGUMAS CURIOSIDADES DE A BELA ADORMECIDA

O ano era 1950. Cinderela havia estreado e se tornado um sucesso de bilheteria. No ano seguinte, Walt reuniu um pequeno grupo para começar a adaptação da história de Charles Perrault, “A Bela Adormecida no Bosque”. Em 1952, o storyboard completo foi apresentado a Walt, que disse que a abordagem era muito similar a filmes antigos da empresa, como Branca de Neve e Cinderela, e que se eles queriam retornar a contos de fadas, teriam que fazer algo diferente dos anteriores.

Já que queriam fazer esse filme se diferenciar completamente dos anteriores, além do roteiro ser completamente reescrito, o estúdio contratou Eyvind Earle, que foi o responsável pela aparência diferente que temos em A Bela Adormecida. Uma extensa pesquisa foi realizada, para trazer às telas esse estilo medieval. O engraçado é que depois da minha pesquisa, não consegui mais deixar de notar a diferença desse filme para os outros (sério, até as árvores são quadradas!!!!).

É claro que todo esse desenvolvimento ultra especial teria um custo né? Além do dinheiro (o filme acabou custando 6 milhões de dólares – o filme mais caro da Disney até então!), muito tempo foi gasto na produção de A Bela Adormecida. Isso porque Walt Disney e sua equipe ainda estavam ocupados com três séries de televisão, filmes live-action e a DISNEYLAND!

Por isso, o filme acabou estreando nos Estados Unidos somente em 29 de janeiro de 1959, quase dez anos após o início da adaptação da história.

Mas sabe uma jogada de marketing excelente que a Disney fez? Desde a abertura da Disneyland, as pessoas estavam interessadas em saber a quem pertencia o castelo. Então eles disseram que o castelo era da Bela Adormecida! Isso anos antes do filme ser lançado!

Só que, infelizmente, o filme não foi o sucesso esperado na época. Ele fez apenas 5,3 milhões de dólares (prejuízo!) e a Disney ficou em maus lençóis, pois outros projetos também não lucraram o esperado. Isso causou uma demissão em massa em 1960, no qual a companhia saiu de 500 artistas para apenas 75. Somente em relançamentos em anos futuros que A Bela Adormecida teve seu merecido reconhecimento.

Algumas outras curiosidades:

• Em “A Bela Adormecida no Bosque”, a personagem principal não tem nome. Após acordar a princesa (depois de 100 anos dormindo!), o príncipe e ela tem dois filhos, Aurora e Dia. Além disso, a história é um pouquinho mais macabra do que a contada pela Disney (incluindo aí uma sogra ogra, que tenta comer os netos e a nora; descobre que o cozinheiro não os cozinhou; faz uma tina cheia de cobras, víboras, serpentes e sapos para jogá-los; e, quando o seu filho retorna de uma viagem, fica furiosa por ter sido desmascarada e se joga lá dentro. Credo!).
• No conto de Charles Perrault, Aurora é o nome da filha da Bela Adormecida, já no ballet de Tchaikovsky é o nome da princesa. Outro ponto interessante é que no filme da Disney, o nome da personagem enquanto mora com as três fadas é Briar Rose (em inglês), o nome da princesa no conto dos irmãos Grimm.
• Já o nome do príncipe Philip, foi inspirado no marido da Rainha Elizabeth! Sim, rainha Bethinha da Inglaterra! Ele foi o primeiro príncipe da Disney a ter nome, assim como mostrar sua personalidade e ter falas. Diz a lenda que, no início, Walt Disney não achava que seus desenhistas tinham capacidade de desenhar personagens masculinos. Então por isso Philip foi o primeiro a ter uma participação maior.

• As músicas foram baseadas no balé A Bela Adormecida de Tchaikovsky.
• Algumas partes da história foram “recicladas” de cenas previamente imaginadas para os filmes A Branca de Neve (o sequestro de Philip por Malévola e sua fuga) e Cinderela (a dança final, que acontece entre as nuvens).
• A dubladora original da Princesa Aurora se chama Mary Costa e foi escolhida aos 19 anos, pelo próprio Walt Disney. Outra também escolhida a dedo por Walt foi a dubladora de Malévola, Eleanor Audrey (ela já havia dublado a madrasta de Cinderela). Uma curiosidade (dentro de outra curiosidade hehe) é que Eleanor fez a voz de Madame Leota na atração Haunted Mansion!

• Walt queria que as fadinhas Flora, Fauna e Primavera fossem idênticas, somente com vozes diferentes (como acontece com os sobrinhos do Pato Donald). Os desenhistas Frank Thomas e Ollie Johnston não gostaram da ideia e apresentaram a fadinhas como as conhecemos hoje!
• A Bela Adormecida foi indicado ao Oscar de Melhor Trilha Sonora Original;
• A briga entre Flora e Primavera sobre a cor do vestido de Aurora foi real! O estúdio não conseguia se decidir por qual cor usar, e o problema acabou entrando no filme!

• Uma versão live-action com atores de verdade foi feito, assim como aconteceu com os filmes Disney anteriores, para que os desenhistas se baseassem na hora de dar vida à animação.
• A Bela Adormecida foi o último filme baseado em um conto de fadas a ser adaptado pelo próprio Walt Disney. A empresa só retornou ao gênero 30 anos depois, com o lançamento de A Pequena Sereia em 1989.

O QUE EU ACHEI DE A BELA ADORMECIDA?

Engraçado como as coisas da infância marcam a gente né, enquanto eu assistia ao filme (que não vejo há +/- 20 anos) conseguia lembrar de várias falas e repetia junto! Acho que isso mostra o quanto eu amava esse filme durante a infância, né? E, bom, tenho que dizer que esse amor não mudou nem um pouquinho com o passar dos anos!

Caso você não lembre, aí vai o resuminho rápido: em A Bela Adormecida conhecemos um rei e uma rainha que, depois de muito desejar, tem uma filhinha: Aurora. Todo o reino é convidado para celebrar o nascimento da pequena, exceto a bruxa Malévola. É claro que ela aparece mesmo assim e lança a famosa maldição, que a princesa irá furar o dedo em uma roca e morrer, quando completar 16 anos. Então, Primavera, uma das três fadinhas boas, diz que ela somente irá cair em sono profundo e, na mesma noite, as três fogem com Aurora, para escondê-la até a comemoração de 16 anos da garota. Eis que no dia de seu aniversário, ela conhece o Príncipe Philip, cai em um sono profundo, Philip acaba com Malévola, resgata Aurora e acorda a princesa com o beijo do amor verdadeiro. Fim! 😊

Uma das primeiras coisas que notei enquanto assistia é que Aurora não aparece muito e tem somente 18 falas! Mesmo assim, podemos perceber é uma menina simples, gosta da vida que tem e é extremamente fofa e doce. Apesar de ser a personagem-título, outros personagens tem muito mais espaço, como as três fadinhas boas – que poderiam até ser consideradas as personagens principais.

Inclusive, elas estão em uma das minhas cenas favoritas desde pequenininha: a organização do aniversário de Aurora no chalé. Adoro aquele bolo desastrado e o vestido horrível. Sem contar que é muito legal quando elas desistem e começam a usar mágica (e hoje, adulta, pergunto: quem não queria usar mágica para arrumar a casa?).

E, pela primeira vez, a arte do filme chamou a minha atenção. Muito interessante ver como vamos prestando mais atenção em outras coisas conforme crescemos, né? É claramente europeu (se passa na Europa, afinal), medieval e extremamente bem desenhado. Muito diferente do que já tinha sido feito antes – Walt conseguiu o que queria!

Ah, não posso deixar de comentar a cena do casal principal na floresta. Mesmo que os dois já estejam prometidos em casamento, obviamente não sabem quem são, e protagonizam uma das cenas musicais mais fofas da Disney e se apaixonam perdidamente (em apenas três minutos – mas quem sou eu para julgar, a Elsa?).

Aliás, uma das cenas mais engraçadas do filme inteiro é uma que acontece entre Philip e seu pai após seu encontro na floresta. Ele diz que não vai mais se casar com a princesa do reino, e sim com quem ama, uma menina camponesa que conheceu na floresta, afinal, este é o século XIV, hahaha!

Importante notar que assim como aconteceu com Branca de Neve e Cinderela antes, sabemos que Aurora não é um retrato do que esperamos de heroínas nos dias de hoje. Depende de um homem para ser salva, foi prometida em casamento e se apaixona em um dia. Temos sempre que lembrar que os tempos são outros e os ideais dos anos 50 eram completamente diferentes do que temos hoje. Pelo menos não a vimos limpando a casa, hahaha.

Por fim, por estarmos falando de um filme da Disney, é claro que A Bela Adormecida também teria alguma frase sobre sonhos, certo? Aurora diz em certo momento: “mas dizem que quando se sonha muitas vezes com a mesma coisa, esta acaba acontecendo”. ♥

Ah, um último ponto: Malévola é uma das melhores vilãs de toda a Disney e merece toda a atenção que recebeu (inclusive o primeiro filme live-action, vamos ignorar o segundo rs).

A Bela Adormecida é uma história que mostra como o amor verdadeiro vence o mal e como uma pitada de magia é sempre útil. Tá na hora de rever, né? 😊