Oba! Hoje é dia de mais uma Disney Friday aqui no Dani Que Disse! Como eu contei para vocês lá no primeiro post, em duas sextas-feiras de cada mês, eu trarei um especial recheado de informações, curiosidades e minha opinião a respeito de um dos clássicos Disney.
É também nesse mesmo post que você poderá baixar uma checklist incrível para marcar todos os filmes Disney assistidos.
E hoje é dia de falar de um filme muito fofo e encantador: A Dama e o Vagabundo!
ALGUMAS CURIOSIDADES
A história da produção de “A Dama e o Vagabundo” é relativamente longa: foram quase 20 (!) anos entre a ideia inicial e o lançamento do filme, que ocorreu em 1955.
E tudo começou com o animador Joe Grant. Em 1937, ele teve a ideia de fazer uma história baseada em sua cachorrinha, uma cocker spaniel chamada Lady, e como ela ficou um pouquinho esquecida quando ele e sua esposa tiveram um bebê. Walt amou a ideia mas, na época, sentiu que a história não tinha o desenvolvimento necessário para transformar em um filme.
Eis que, no início dos anos 1940, Walt leu um conto chamado “Happy Dan, the Whistling Dog” (Dan Feliz, o cão assobiador), de Ward Green. Foi ali que ele teve a ideia de incluir um cãozinho mais “malandro” na história que seu animador havia desenvolvido, com quem Lady pudesse ter um envolvimento amoroso. E assim realmente teve início a primeira história original de Walt Disney!
É claro que, assim como aconteceu com outros filmes do estúdio que estavam em produção nos anos 40, a Segunda Guerra Mundial trouxe a paralização da produção de “A Dama e o Vagabundo”, e histórias menores e mais baratas foram produzidas (como os filmes Alô, Amigos e Você Já Foi à Bahia?).
A produção voltou alguns anos depois, mas ainda assim sofreu atrasos por dois grandes motivos: era o primeiro filme a ser produzido no formato CinemaScope (o início do formato widescreen) e Walt decidiu tirar alguns animadores do filme, pois sentiu que estavam envolvidos demais com os detalhes e perderam de vista os personagens. Ele os designou para a produção de “A Bela Adormecida” durante seis meses e depois os trouxe de volta.
Outras curiosidades:
- Walt queria que os animais possuíssem um visual realista, então vários animais foram levados para os estúdios, para que os animadores pudessem estudar seus movimentos;
- Os animadores, além de estudar os animais, se observavam no espelho para que pudessem visualizar suas feições e, assim, implantá-las sutilmente nos animais;
- Diz a “lenda” que a cena inicial, na qual Lady está dentro de uma caixa de presente, foi inspirada no próprio Walt Disney, que deu um filhote de chow-chow para sua esposa dessa forma.
- Além disso, a cidadezinha em que o filme se passa foi inspirada em Marceline, a cidade que Walt Disney passou sua infância!
- O título “A Dama e o Vagabundo” era considerado muito arriscado para um filme infantil, mas Walt insistiu no nome e assim ficou.
- Foi o primeiro filme a ser distribuído pela distribuidora de Walt Disney, a Buena Vista;
- O mais chocante de tudo é: a icônica cena do jantar quase não aconteceu!! Walt não gostou da ideia de dois cachorros dividindo espaguete (ele achou horrível!), mas Frank Thomas animou a cena em segredo e, bom, não preciso nem falar que mudou a cabeça de Walt! Graças a ele temos uma das cenas mais fofas de todo o cinema.
- O filme custou pouco menos de 3 milhões de dólares e arrecadou mais do que o dobro de seu custo! Excluindo “Branca de Neve”, “A Dama e o Vagabundo” foi o filme que mais lucrou, de todos lançados até então.
- Uma sequência foi lançada diretamente para o vídeo em 2001, chamada “A Dama e o Vagabundo 2 – As Aventuras de Banzé”, que conhecemos um pouco mais do filho dos dois personagens. O filme não é considerado clássico, conforme explicação que dei lá no primeiro post da série.
Ah! Uma última curiosidade, que não tem nada a ver com o filme, mas que eu não podia deixar de trazer: “A Dama e o Vagabundo” foi lançado em junho de 1955 e, um mês depois, a Disneyland foi aberta ao público! ♥
E O QUE EU ACHEI?
Tenho que começar já de cara falando que amei, amei, amei! Eu sou apaixonada por cachorros e “A Dama e o Vagabundo” é uma história fofíssima, então não tem como não se apaixonar pela história da mocinha Lady e do cachorrinho Vagabundo.
Se você não conhece o filme, segue o pequeno resumo de sempre: o filme conta a história de Lady, que foi dada ainda filhote por Jim Querido à sua esposa Querida (sim, é realmente assim que Lady chama seus donos, fofo!). Logo vemos seu crescimento e a chegada de mais um membro na família, o bebê Querido! Lady acaba se sentindo um pouco deixada de lado, e quando Jim Querido e Querida precisam viajar e uma tia vem para cuidar do bebê, confusões acontecem e Lady vai parar na rua, reencontrando o cachorro que vive nas ruas, Vagabundo! É claro que o romance começa a acontecer a lá vai história.
“A Dama e o Vagabundo” é apaixonante e possui várias cenas e personagens memoráveis. Sem contar que nos faz refletir, mesmo sendo uma história simples e do gênero infantil.
Lady e Vagabundo são os personagens principais da história, e possuem personalidades completamente diferentes. Lady é uma cocker spaniel de uma família com dinheiro, seu dia-a-dia é bem simples e recheado de conforto. Ela é ingênua e gosta da sua vida como ela é. No entanto, é uma representação feminina forte, possui princípios e não irá deixá-los de lado só para viver um romance com Vagabundo. Sem contar que Lady é extremamente protetora com o bebê Querido, e quando acha que ele corre perigo, não mede esforços para salvá-lo.
Quanto à Vagabundo, ele foi criado para ser o contraponto da cachorrinha Lady. Com uma imagem inspirada na raça lébrel irlandês, é um personagem que não tem vontade de pertencer à uma família, adora a vida fora de casa e é bem aventureiro. Bom, sem contar que ficamos sabendo que ele é um mulherengo de primeira, hahahah. Mesmo assim, me apaixonei logo de cara por ele, por ser um personagem fofo e extremamente bonzinho. Ele, inclusive, arrisca sua vida algumas vezes para salvar outros.
Sabe algo interessante dessa história, mas que pouca gente acaba comentando? Que, no fim das contas, “A Dama e o Vagabundo” ainda demonstra a diferença das classes sociais (e isso é um avanço bem grande para a época). Vê só: Lady vive em um bairro rico, enquanto Vagabundo é um cão de rua. Os amigos de Lady, igualmente pertencentes à famílias ricas, não gostam de Vagabundo, por ele ser um cão de rua. Faz pensar, não é?
Por fim, tenho que dizer mais duas coisas: “A Dama e o Vagabundo” retratou doguinhos de uma maneira bem real e tem várias cenas super lindas!
Logo no início acompanhamos a saga de Lady para dormir em sua caminha, que fica na cozinha. Mas ela não quer dormir sozinha e toda hora tenta ir atrás de seus donos. Gente, eu morri de amores por essa cena, só queria entrar na tela e trazer a Lady para mim, hahaha! Outra cena muito fofa é a que mostra Lady e Vagabundo dormindo juntinhos em uma colina, com toda a cidade abaixo deles. Bom, não poderia deixar de comentar sobre a famosa cena do espaguete, que é realmente icônica e super romântica.
Ah! Outra cena linda, cheia de significados e muito delicada é quando Lady conhece o bebê Querido. Bem bonita.
Por fim, assim como aconteceu com filmes anteriores, existe uma polêmica que gira ao seu redor. A cena com os dois gatos siameses é extremamente racista, representando um estereótipo horroroso dos asiáticos. Eles são retratados com olhos muito puxados, dificuldades de pronúncia e cantam uma música na qual admitem ser imigrantes (e que foi taxada de xenófoba).
Mas, a Disney mostrou que aprendeu com o erro, e mostra a seguinte mensagem na sinopse do filme no Disney+: “Este programa é apresentado como originalmente criado. Pode conter representações culturais desatualizadas”. Além disso, em seu live-action de “A Dama e o Vagabundo”, a sequência foi modificada. Os gatos foram retratados de maneira diferente e agora há uma nova música. Pontos para a Casa do Mickey!
Oi, Dani. ♥ Como não amar esse filme, né? E, gente!! Como assim Walt não queria a cena do espaguete??? Chocada hahaha. É uma das cenas mais memoráveis mesmo. E eu fico muito feliz da Disney se retratar. O mais importante é evoluir! E eu quero muito assistir a live-action, mas como não tenho, acho que não tão cedo vou assistir. Jurava que ia passar no cine. E esse “antigo”, tem séculos que não vejo. Deu vontade de assistir de novo! Cachorrinhos são tão lindos e incríveis, que é quase impossível não se apaixonar! 🙂
Beijos, Carol.
http://www.pequenajornalista.com
Oi, Carol! Pois é, eu também não consigo acreditar que a cena icônica quase não existiu por culpa de Walt Disney, hahaha! Pois é, teremos que esperar o Disney+ ser lançado aqui no Brasil para poder assistir ao live-action. 🙁 Só sei que no dia do lançamento, serei a primeira na fila para assinar correndo e passar o final de semana inteiro maratonando filmes da Disney!
As animações com bichinhos sempre foram as minhas preferidas. Tenho muito amor pela Dama e o Vagabundo, 101 Dálmatas, O cão e a Raposa, Balto e por aí vai!
Nossa não imaginava que da ideia a conclusão se passariam 20 anos! E a gente no mundo de hoje sendo totalmente imediatista, né? É de se pensar haha
Nem me lembro a última vez que vi, mas ainda era bem jovenzinha, então realmente não me lembro dessa cena problemática (não devia ter bagagem suficiente para entender). Mas, que bom que houve essa nota. É preciso evoluir as histórias e manter a essência <3
Beijos,
Dai Castro
Oi, Dai! Pois é, menina, foi um longo tempo de produção até o filme finalmente ser lançado! Eu também adoro animações com bichinhos, e A Dama e o Vagabundo entrou na minha lista de filmes favoritos da Disney (já quero uma cachorrinha para chamar de Lady, hahaha). Alguns filmes mais antigos da Disney tem umas cenas bem problemáticas e nós, quando assistimos, não tínhamos bagagem suficiente para entender. É interessante ver a empresa se portar dessa maneira, né?
[…] A Dama e o Vagabundo […]
Amei o post! Recentemente, assisti Wish e me emocionei com tantas referências aos filmes da Disney nesses 100 anos. Fiquei com vontade de fazer uma lista com os filmes em ordem cronológica e assistí-los, me deparei com o seu post em uma pesquisa no google. Adorei a ideia e as informações e curiosidades sobre a produção do filme 🙂
Oi, Sarah, tudo bem? Poxa, que legal saber que você encontrou o post pelo google! Também me emocionei com Wish e todas as referências aos filmes da Disney! <3